GOD OF WAR II
HELLAS DIGITALIS



COREgaming - 08/ 06 / 07

 

Parece não estar para breve o final da saga do espartano Kratos. Aqueles que exploraram o primeiro GOD OF WAR saberão que a versão comercializada foi gravemente prejudicada pelos estritos prazos dados ao estúdio da SONY Santa Monica. Por essa razão foram incluídos no jogo uma série de extras que demonstravam as ideias inacabadas. Num desses bónus, o estúdio chegou mesmo a oficializar o que já quase se dava por certo: a imperatividade de uma sequela. Porém, GOD OF WAR II: DIVINE RETRIBUTION chega até nós não tanto como uma verdadeira sequela mas sobretudo como um refinamento do primeiro jogo, munido de quase todas as suas ideias por concretizar e representadas através dos melhoramentos gráficos e de controlo que foram desenvolvidos entretanto.

Não existe, efectivamente, muito para discutir acerca de DIVINE RETRIBUTION que já não tenha sido discutido ou que não se explique per se. Trata-se de um jogo que se sustenta na fluidez do seu gameplay, na dinâmica rítmica em que as diversas áreas surgem perante o jogador, mas sobretudo numa fortíssima componente audiovisual, não só capaz de superar toda a excelência vista na primeira incursão como é capaz de nos distrair do próprio objectivo de jogo pela nossa incredulidade.

Toda a história dá seguimento à contenda de Kratos, o general espartano que procurou vingança de Ares por o ter obrigado a assassinar a sua família, e que acabou por se tornar ele mesmo deus da guerra pela mão de Atena e dos deuses do Olímpo. Contudo a logos por detrás de toda a tragédia representada nestes jogos é a busca pela paz interior de um homem a quem foi negada a morte por ser demasiado importante e poderoso. Em Divine Retribution encontra-se astutamente guardada a explicação para o exagerado interesse de Atena em nos proteger durante o primeiro episódio.

Até certo ponto encontramos algumas respostas para dúvidas que persistiram no período transitório entre os jogos. Apesar de ser um jogo de acção, GOD OF WAR II não fecha as portas a uma boa dimensão narrativa, no geral suficientemente inteligente para motivar o jogador. E este aspecto deve ser elogiado com frontalidade, sobretudo se atendermos ao facto de que a maioria dos jogos do género - indiferentemente da plataforma onde correm - se contentar com uma história menor, muitas das vezes um mero subterfúgio dos criadores que não souberam ou não ousaram desejar algo de melhor para os seus trabalhos. Paradoxalmente, são muitos desses jogos que inspiram GOD OF WAR em diversos aspectos mecânicos e recursos estilísticos.

A verdadeira essência do jogo em questão é a equilibrada distribuição da qualidade entre a técnica e a arte. É incomum o título com direcção artística tão requintada e ao mesmo tempo tão facilmente apreciável, ou não fosse este um dos títulos mais populares e adulados do universo Playstation. Trata-se de uma clara demonstração de que nem tudo aquilo que é popular é, obrigatoriamente, menor. GOD OF WAR é honesto quanto às suas mais-valias e avaliá-lo apenas e só pelo seu deleite gráfico é um exercício redutor, redundante. Ou não comportasse, por exemplo, uma belíssima banda sonora, plena de temas emocionantes e moldados a cada situação. Para a composição deste jogo, Gerard Marino (e colegas) basearam-se em alguns dos temas do jogo anterior, adicionando alguns de grande notoriedade, como é o caso do pujante "Typhoon Mountain" (de Mike Reagan), certamente composição digna de antologia.

Juntamente com alguns problemas de jogabilidade, o jogo tão apenas sofre da excessiva intenção de fazer deste episódio uma ponte entre o primeiro título e os próximos, algo que se faz sentir com muita força mediante a progressão do jogador. Ao contrário do que se passava em GOD OF WAR, sente-se a falta de alguma substância, aspecto que é difícil de ignorar tendo em conta que é uma sequela. Apesar de um final bem conseguido, não deixa de permanecer no jogador o sentimento de que algo de fulcral (mas também indefinível) está em falta.

GOD OF WAR II: DIVINE RETRIBUTION constitui um dos melhores exemplos de como fazer um jogo de acção e da maximização da experiência de jogo, sempre mantida a alto nível, em detrimento da sua dilatação e consequente degradação. É uma autêntica pena que no horizonte já habite a crescente certeza de que este jogo se vai tornar uma mera fórmula a repetir pelos próximos episódios de que se vai compor - ou então subestimo o potencial criativo desta jovem equipa.

 

David Jaffe, criador de God of War, participa nesta sequela apenas como director criativo, supostamente por querer dedicar mais tempo a outras actividades - sempre se referiu ao primeiro jogo como um projecto cansativo e fortemente consumidor do seu tempo. O projecto foi liderado por Corey Barlog.

Imediatamente após o lançamento deste jogo começaram a circular rumores sobre um novo episódio. Mais tarde confirmou-se a existência de um novo jogo da (agora) saga God of War, com o nome Chains of Olympus. O jogo está a ser desenvolvido pela Ready At Dawn para a Playstation Portátil.

 

 

 

 
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